O olhar da assessoria de comunicação da Coocam sobre a Semana de Competitividade

A Semana de Competitividade da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) reuniu, no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB), em Brasília (DF), entre os dias 9 e 11 de junho, mais de 800 comunicadores de cooperativas de todo o Brasil. Entre os mais de 50 profissionais que integraram a delegação de Santa Catarina, esteve Gisiane Cordeiro, assessora de comunicação e imprensa da Cooperativa Agropecuária Camponovense (Cocam). A jornalista participou desse grupo, organizado pela Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (Ocesc). A seguir, ela compartilha seu olhar e suas percepções sobre essa experiência tão inspiradora:

Antes de embarcar para Brasília, eu já carregava na bagagem uma missão: representar a Coocam e cada história vivida no campo, além de transmitir o propósito que sustenta a essência do cooperativismo, presente em cada associado, colaborador, parceiro e comunidade. O destino foi a Semana de Competitividade, evento realizado pela OCB, com apoio incondicional da Ocesc para a delegação de Santa Catarina.

Estive entre comunicadores de diversos segmentos cooperativista, especialmente do agro, não como espectadora, mas como participante ativa que sabe que comunicar vai além de informar, pois, comunicar é tocar. É transformar. Mais do que compartilhar tendências, o evento provocou olhares e corações a repensar o verdadeiro significado de comunicar.

Integrei a delegação catarinense, formada por mais de 50 comunicadores, cuja participação foi acompanhada de perto pelo presidente da Ocesc, Luiz Vicente Suzin e pelo diretor superintendente, Ricardo Miotto. Ambos estiveram presentes durante o evento, reforçando a importância da comunicação estratégica para o cooperativismo catarinense.

O encontro foi aberto pelo presidente da OCB, Márcio Lopes de Freitas, que destacou a comunicação como o elo vital para o fortalecimento do cooperativismo no Brasil. Em seu discurso disse que “é por meio dela que levamos a voz e os valores cooperativistas a cada canto do país, mostrando a força da união e da colaboração para o desenvolvimento sustentável”. Compartilho dessa visão, pois acredito no impacto positivo que uma comunicação alinhada ao propósito pode provocar nas pessoas e nas comunidades.

Logo nas primeiras discussões, surgiu uma provocação que impactou: quantas pessoas realmente sabem o que é cooperativismo? A jornalista Fabíola Natércia Motta mostrou que a maioria dos brasileiros ainda desconhece o significado de ser cooperado — o que reforça a urgência de contar histórias reais, de gente que transforma comunidades.

O futuro da comunicação também esteve em pauta. Fred Gelli alertou para o perigo das mensagens vazias, o que ele chamou de “miojo criativo”. Gustavo Caetano reforçou que a inteligência artificial é aliada, liberando tempo para o que nenhuma máquina faz: ouvir, entender e criar conexões humanas.

Outro momento marcante foi o painel mediado pela jornalista Glenda Kozlowski. Ao lado de influenciadores que vivem da arte de contar histórias, ela lembrou que o público não quer apenas ouvir informações, mas sentir. Quer ver a si mesmo nas histórias contadas. Cada número, cada frase, cada campanha precisa carregar significado.

O painel com dirigentes de comunicação do Sicredi e do Sicoob Brasil destacou a sintonia e o respeito mútuo. Apesar de atuarem no mesmo mercado, seus perfis distintos (um focado em gestão cooperativa, outro em comunicação técnica) se complementaram, mostrando que a união é o caminho para conectar verdadeiramente o público.

Estive presente com o colega e amigo Felipe Gotz, assessor de comunicação da Copercampos, representando as cooperativas de Campos Novos, um dos principais polos do agro catarinense. Reforçamos a importância de unir vozes para fortalecer a comunicação cooperativista e o setor local.

Durante o evento, foi lançado o livro “Comunicação e Marketing no Cooperativismo”, que reúne profissionais experientes do setor. Será, sem dúvida, um guia importante para inspirar nossas futuras ações quanto comunicadores das cooperativas.

Voltamos dessa jornada com a certeza de que comunicar com propósito é comunicar com alma. O cooperativismo tem isso: histórias de gente que acorda cedo, planta, colhe e acredita no coletivo. Nosso papel é mostrar isso ao mundo.

Mais do que falar apenas de produtividade, tecnologia e resultados, a comunicação do agro seguirá valorizando o pertencimento, o orgulho de ser cooperado e o impacto transformador que cada ação cooperativa gera na vida das pessoas. Comunicar, afinal, é fazer com que cada associado sinta orgulho de fazer parte de algo maior.