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Plano Safra 2025/2026: Juros Elevados Preocupam Produtores Rurais

Plano Safra 2025/2026: Juros Elevados Preocupam Produtores Rurais

07-07-2025

Vice-presidente da Coocam, Riscala Miguel Fadel Junior, destaca a importância de condições justas de crédito para manter o agro.

O anúncio do Plano Safra 2025/2026 pelo Governo Federal, com um volume recorde de R$ 516,2 bilhões para a agricultura empresarial e R$ 89 bilhões para a agricultura familiar, gerou preocupação entre produtores e lideranças cooperativistas devido à alta das taxas de juros nas principais linhas de crédito. Riscala Miguel Fadel Junior, vice-presidente da Cooperativa Agropecuária Camponovense (Coocam), ressalta a importância de condições justas de crédito para a sustentabilidade do agronegócio brasileiro, que é altamente dependente de financiamento.

Mesmo com o aumento do volume de recursos em relação ao ano anterior, a elevação das taxas de juros pode comprometer o acesso ao crédito e a capacidade de investimento no campo. A preocupação se intensifica com a exigência do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC) para operações acima de R$ 200 mil. Embora o ZARC busque reduzir riscos, ele demanda maior planejamento técnico e acesso à informação, especialmente para médios produtores, que podem ter dificuldades em cumprir os requisitos.

Riscala Miguel Fadel Junior reconhece as limitações econômicas do governo diante da taxa básica de juros (Selic) ainda em patamares elevados. No entanto, ele alerta para a necessidade de um olhar atento ao setor que sustenta a economia brasileira. "Sabemos das dificuldades do governo, mas a agricultura é o que mantém esse país de pé. Não se pode desamparar os produtores e deixar a agricultura de mal a pior, porque é o agronegócio que sustenta o Brasil", enfatiza.

Além da questão do crédito, o vice-presidente da Coocam destaca o papel fundamental das cooperativas na mediação entre o produtor rural e as políticas públicas. Cooperativas como a Coocam atuam com responsabilidade e proximidade, oferecendo suporte técnico, gestão e orientação para que seus cooperados enfrentem os desafios financeiros e climáticos com mais segurança.

Apesar dos avanços em sustentabilidade e do volume recorde de recursos, o sentimento predominante no campo é de apreensão. Para Riscala Júnior, é crucial que os números recordes se traduzam em políticas viáveis, com juros compatíveis com a realidade da produção, para garantir que o agronegócio brasileiro continue pujante. "O crédito precisa ser uma ferramenta de incentivo, não uma armadilha financeira. O Brasil depende da força do produtor, e essa força só existe com dignidade e apoio concreto", conclui.