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Presidente da Coocam fala sobre posição de Campos Novos no agro de Santa Catarina

Presidente da Coocam fala sobre posição de Campos Novos no agro de Santa Catarina

28-09-2023

Um dos grandes desafios dos produtores camponovenses, na opinião de João Carlos é agregação de valor, com investimentos e evolução na área industrial e diversificação das fontes.

 

Espetacular – essa é a palavra que o presidente da Cooperativa Agropecuária Camponovense (Coocam), João Carlos Di Domenico, avalia o resultado da pesquisa Produção Agrícola Municipal (PAM) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o qual o município de Campos Novos fechou o ano de 2022 com faturamento de R$ 992,7 milhões no agronegócio, apenas nas culturas de soja, milho e trigo, com crescimento de 43,9% frente a 2021. De acordo com João Carlos o resultado da pesquisa fomenta e incentiva o crescimento do setor.

A pesquisa comprova o quanto a agricultura camponovense evoluiu. De acordo com o resultado da pesquisa divulgada pelo IBGE, a produção de soja se destaca. Em 10 anos a área da leguminosa aumentou 18 mil hectares (ha), passando de 44 mil para 62 mil ha, com rendimento médio de 4.194kg/ha, em 2022. A produção de milho na safra passada foi de 130 mil toneladas, com acréscimo de área ultrapassando 11 mil ha. O trigo já teve seus altos e baixos, por ser uma cultura mais sensível, no entanto, em 2022 chegou a quase R$ 83 milhões de produção.

Outro destaque de Campos Novos é a produção de sementes. Do total de sementes produzidas em Santa Catarina, 56% são produzidos no município. “A Coocam vem crescendo em números e nos orgulhamos de fazer parte desses resultados, seja na produção de sementes, grãos ou agregação de valor através da Fábrica de Ração”, compartilha João Carlos Di Domenico. Segundo ele, desde a fundação da Coocam, em 1993, o crescimento do setor foi acelerado, com resultados satisfatórios.

Entre as décadas de 1980 e 1990, Campos Novos iniciou uma nova fase, onde diminuiu a produção madeireira e pecuária e, foi migrando para a produção agrícola, fortalecendo a agropecuária e buscando novos desafios com o setor agrícola. “No início foi difícil, pois, enfrentamos problemas de tecnologia, adaptações e o próprio clima, mas conseguimos nos aperfeiçoar e estamos vivenciando os resultados, com muitas lutas, safra após safra. Hoje temos grande produção de gado, ovos, aves, suínos, leite e madeira também, porque diversificamos na produção”, comenta.

Atualmente, a cidade conta com 2,4 mil produtores rurais, os quais recebem suporte das cooperativas, desde o plantio, colheita, armazenamento e venda, além de facilidades de processos e créditos rurais, por exemplo. “Quando as cooperativas iniciaram as atividades, a Acaresc – atual Epagri, era a grande incentivadora e as cooperativas ainda estavam engatinhando. Essa realidade mudou, as cooperativas agrícolas se aperfeiçoaram e se tornaram o grande suporte dos empresários rurais, tanto em tecnologia agrícola e administrativa, quanto em cuidados ambientais com sustentabilidade e conceitos avançados de conhecimentos”, compartilha o presidente da Coocam, completando que as cooperativas atuam de maneira associativista, no entanto, a diferença é que neste modelo, o principal intuito é unir pessoas onde os cooperados recebem benefícios igualitários.

João Carlos reforça o papel do empresário rural. “Hoje a maioria de nós, indiferente do tamanho da propriedade, administramos nossos negócios como empresa, avaliamos e estudamos para trabalharmos em cima de dados, números e produtividade. Contribuímos desta maneira, expressivamente com os resultados colhidos nessas pesquisas. Estamos colhendo o que plantamos”, comenta.

Um dos grandes desafios dos produtores camponovenses, na opinião de João Carlos é agregação de valor, com investimentos e evolução na área industrial e diversificação das fontes pois, as condições de produção agrícolas são caras e grande parte das cooperativas estão atuando com margens apertadas. “O que precisamos são melhores condições para que o produtor consiga produzir e as empresas cooperativas agreguem valor e condições com o desenvolvimento local”, disse o presidente da Coocam. Para ele, as inseguranças tributárias, jurídicas, logística e mesmo pessoal além da situação financeira, criam mal estar e fazem com que as empresas se resguardem de novos investimentos. 

Sobre as políticas governamentais, o presidente da Coocam acredita que os políticos precisam fomentar as empresas para a evolução, estando presente nas atividades, sendo o elo do produtor, cooperativas e consumidores. “Se os governantes olharem os números perceberão que poucas atividades conseguem dar um retorno tão rápido, quanto o agronegócio”. Segundo ele, “os bons resultados, vêm com estabilidade social, econômica, judiciária e políticas públicas à longo prazo, os quais fomentam e criam ambientes para investimentos em produção e produtividade, com agregação de valor aos produtores primários”.